Olá vou tentar reproduzir, na medida do possível, a assembleia do Sindicato dos Profissionais de Educação do Estado do Rio de Janeiro.
Em primeiro lugar devo lembrar que desde a última assembléia (12 de maio) a categoria estava em ESTADO DE GREVE.
Como sempre a assembleia teve seu inicio retardado por, segundo o conselho deliberativo, atraso em sua reunião.
O plenário estava muito emocionado. O motivo desta emoção era a presença de algumas das lideranças dos Bombeiros do Rio de Janeiro. Que estão mobilizados e em greve por melhorias nas condições de trabalho e salarial. E como é do conhecimento da opinião publica em geral pela libertação dos 439 bombeiros presos depois da investida “covarde” do BOPE a mando de “Vossa excelência” o Governador do nosso valoroso estado: Sérgio Cabral Filho, que tem espanado o brilho do nome do pai.
Desta forma, como não poderia deixar de ser, a assembleia teve inicio com uma homenagens a esse bravos soldados que já deram provas do seu valor a nossa sociedade em vários episódios de desastre naturais ampliados pelos desmandos e descasos dos nossa tão queridamente funesta e danosa categoria política, partidária é claro (aqueles afiliados aos Ps e as sopinhas de letrinhas).
Antes da liderança dos bombeiros falarem à assembleia, foi dada a palavra aos representantes dos estudantes do Colégio Pedro II. Esses alunos estão muito bem representados, pois a estudante que discursou foi muito lúcida, coerente e corajosa em sua opinião e nas propostas. Fico até mais esperançoso, pois vejo que os jovens não são alienados como alguns apregoam por ai.
Vera, da executiva do SEPE-RJ apresentou durante sua saudação aos visitantes (OS BOMBEIROS) o Sargento Bombeiro Oliveira, que após 31 anos de trabalho ativo foi aposentado, mas não deixou de atender a população quando esta necessitou da sua corporação.
O Sargento fez uma intervenção muito emocionada. Sua voz em alguns momentos ficava embarcada pela emoção.
O Sargento Oliveira recebeu das mãos da Vera uma serie de cartas e textos, dos alunos de escolas públicas de Niterói, cujo teor era de apoio e incentivo pela e a sua causa.
Nesse momento podia ser sentir que o emocionalismo tomavam conta de todos os participantes deste evento. E podia ser notar também que as decisões acerca do movimento dos professores aparentemente, ao menos para mim, já tinha sido decidido. Haveria greve. Isso a essa altura já tinha certeza.
Outra liderança daqueles que o governador denominou de “câncer vermelho” (estou me lembrando de algum evento histórico fantasmagórico do passado), o Sargento que representa o GMAR ( SALVA-VIDAS) com vinte um anos de corporação deu seu depoimento emocionado relatando todos os passos do movimento iniciado há alguns anos até desembocar nos eventos do último fim de semana.
Nesse momento, nos intervalos do depoimento do Sargento o plenário da assembleia sepista cantavam palavras de ordem como:
“GREVE GERAL DERRUBA O CABRAL”
Após o Sargento o cabo Siqueira, com treze anos de serviços prestados a sociedade também discursou emocionado e recitou um trecho do hino da Corporação e a frase mais forte foi repetida varias vezes pelos participantes da assembléia:
“Nem um passo daremos atrás”
Mais uma vez ecoa no salão palavras de ordem como:
“GREVE GERAL DERRUBA O CABRAL”
O cabo Oliveira também deu seu depoimento apontando para o plenário e identificando uma de suas irmãs que é professora e avaliando que uma das maiores lição de sua vida aprendeu com a sua professora ao pergunta-la sobre o que valia toda aquela luta ela lhe respondeu que era por DIGNIDADE.
Após o cabo Oliveira foi a vez do soldado bombeiro do GMAR se apresentar devido a sua peculiar posição ele é também professor de Educação física.
A partir daí passou-se as saudações das centrais de trabalhadores. A primeira a sua da palavra foi a representante da Central Unica dos Trabalhadores (CUT).
Em seguida foi a vez da ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS ESTUDANTES LIVRES (ANEL) dar apoio a luta dos professores e também aos Bombeiros Do Rio De Janeiro.
Por último a Central Sindica Popular - Conlutas RJ fez sua saudação e envidou suas palavras de apoio e solidariedade para os professores e também aos Bombeiros Do Rio De Janeiro.
O momento de informes foi composto três esclarecimentos:
1 - Escolas estaduais ameaçadas de fechamento pela SEEDUC criaram um blog.
Veja no link www.escolasemluta.wordpress.com o blog das escolas estaduais ameaçadas de fechamento pela SEEDUC e que se mobilizaram contra a transferência de alunos e profissionais para outras unidades próximas.
2 - Servidores estaduais se reúnem no Sindsprev. Informes sobre a reunião do Movimento Unificado dos Servidores Públicos Estaduais (Muspe) convocada para a segunda-feira passada, 6 de junho, às 17h.,no Sindsprev (R. Joaquim Silva, 98-A-Lapa) onde foi discutido os rumos da luta conjunta dos servidores.
3 – Decisões do Conselho deliberativo dos SEPE:
Propostas do CD:
1. Greve a partir de hoje por tempo indeterminado.
1. Calendário de mobilização da categoria:
· dias 8 e 9 de junho (quarta e quinta-feira) - reuniões nas escolas com a comunidade escolar para que a categoria explique os motivos da greve;
· dia 9 de junho (quinta-feira): Profissionais da Capital e Grande Rio: Ato na Alerj, em conjunto com bombeiros e outros segmentos do serviço público estadual, a partir das 16, para pressionar os deputados a intercederem para que o governo abra negociações;
· dia 10 de junho (sexta-feira): Passeata da Candelária até a Alerj, em conjunto com os bombeiros e funcionalismo estadual. Concentração a partir das 13h, na Candelária.
· dia 11 de junho (sábado): panfletagens descentralizadas de núcleos e regionais na parte da manhã, explicando os motivos da greve para a população;
· dia 12 de junho (domingo): às 10h, esquina da Avenida Princesa Isabel com Atlântica: concentração para uma passeata conjunta com bombeiros e demais segmentos do funcionalismo até o Posto 6.
· dia 13 de junho (segunda-feira): Assembleias locais em núcleos e regionais;
· dia 14 de junho (terça-feira): Assembleia geral da rede estadual, às 14h, no Clube Municipal (Rua Haddock Lobo 359 - tijuca) para decidir os rumos da greve.
Todas as propostas acima foram votadas e aprovadas por maioria ampla do plenário da assembleia que segundo avaliação da executiva do SEPE reuniu mais de dois mil profissionais no Clube Municipal.
Na avaliação da executiva as razões que levaram a esse desfecho foram: “A falta de disposição do governo estadual em negociar e atender as reivindicações dos professores e funcionários das escolas estaduais foi o principal motivo para a decisão de a categoria entrar em greve. Outro fator que revoltou a categoria foi o tratamento repressivo dispensado pelo governo estadual contra a mobilização dos bombeiros que participaram das manifestações no Centro do Rio na sexta-feira, que resultou na invasão do Quartel General da corporação por tropas de elite e na prisão de mais de 400 manifestantes, além de ferimentos em familiares que participavam do ato”.
Luiz Nolasco
Nenhum comentário:
Postar um comentário